Santa Teresa de Calcutá,
Santa Teresa de Calcutá,

Santo do Dia: Santa Teresa de Calcutá, fundadora, missionária e mãe dos pobres – O Amor que Transforma

No coração da fé católica, celebramos hoje a memória de uma gigante da caridade, cujo pequeno corpo abrigava um amor sem limites pelo Cristo sofredor nos mais pobres entre os pobres: Santa Teresa de Calcutá. Sua vida foi um evangelho vivido, uma melodia de compaixão que ressoou pelos quatro cantos do mundo, nos ensinando que a santidade floresce nos gestos mais humildes de amor.

O Começo de um Chamado Extraordinário

Antes de se tornar a Madre Teresa que o mundo viria a conhecer, ela era Agnes Gonxha Bojaxhiu, nascida em 1910, numa família albanesa em Skopje. Desde a tenra idade, Agnes foi cultivada em um ambiente onde a fé e a generosidade eram o pão de cada dia. A semente da vocação missionária, plantada no solo fértil de sua infância, brotou com força, levando-a, aos dezoito anos, a uma escolha radical: dedicar-se inteiramente a Deus. Era o ano de 1928 quando Agnes partiu para a Irlanda, unindo-se ao Instituto da Bem-Aventurada Virgem Maria, onde adotou o nome de Maria Teresa. Mal sabia ela que aquela partida seria o prelúdio de uma jornada que transformaria a vida de milhões e a sua própria.

Santa Teresa de Calcutá,

A “Chamada na Chamada”: Um Amor que Não Pôde Esperar

Em 1929, Irmã Teresa chegou à Índia, um lugar que se tornaria o palco de sua santidade. Por quase duas décadas, ela viveu e lecionou com alegria para jovens estudantes em uma escola da sua congregação. Contudo, em 10 de setembro de 1946, durante uma viagem de trem, algo profundamente transformador aconteceu. Foi o que ela descreveu como sua “chamada dentro do chamado”, uma revelação íntima e poderosa de Jesus. Nosso Senhor lhe manifestou Sua dor pela indiferença e pelo desprezo que os pobres experimentavam, convidando-a a ser o reflexo de Sua Misericórdia. “Vem, sê Minha luz. Não posso ir sozinho”, sussurrou a voz divina ao seu coração, um apelo que selaria seu destino.

Essa experiência mística impeliu Irmã Teresa a um caminho novo e radical. Ela compreendeu que seu lugar não era mais atrás dos muros do convento, mas nas ruas, entre os mais marginalizados. Em 1946, decidiu abandonar a vida conventual para mergulhar de corpo e alma no serviço aos “descartados” de Calcutá: aqueles que não eram desejados, amados ou cuidados. Foi assim que, com um sari indiano como uniforme, ela fundou as Missionárias da Caridade. Rapidamente, ex-alunas e outras almas generosas uniram-se a ela, movidas pela chama de amor que irradiava de Madre Teresa.

A Caridade que Rompe Fronteiras

Em poucos anos, a Congregação, reconhecida pela Igreja, expandiu-se com uma velocidade surpreendente. Casas de missão foram abertas não apenas na África e América Latina, mas até mesmo em países então comunistas, como a União Soviética. A figura de Madre Teresa, com seu sorriso sereno e olhos profundos, tornou-se um ícone global da compaixão. Quando lhe perguntavam sobre o “segredo de seu sucesso” frente a uma obra tão grandiosa, sua resposta era de uma simplicidade que desarma: “Eu rezo”. Uma curiosidade espiritual que nos lembra que toda a ação frutífera nasce da íntima comunhão com Deus.

Sua relação com os Papas Paulo VI e João Paulo II era de profunda estima e irmandade. Paulo VI chegou a doar seu papamóvel aos “seus pobres” após uma visita à Índia. João Paulo II, por sua vez, fez questão de visitá-la em Calcutá, no lar dos moribundos, e quis a presença das Missionárias da Caridade no Vaticano, um testemunho do reconhecimento da Igreja pela santidade de Madre Teresa.

Defensora da Vida e Farol da Esperança

A vida de Santa Teresa de Calcutá foi um testemunho vibrante da alegria de amar e do valor inestimável das pequenas coisas, realizadas com fidelidade e imenso amor. Ela se inclinava diante dos mais frágeis, mas também se erguia com firmeza na defesa da vida. Em seu memorável discurso ao receber o Prêmio Nobel da Paz em 1979, ela não hesitou em proclamar: “O maior destruidor da paz é o aborto”, afirmando que “Toda existência é a vida de Deus em nós”. Uma verdade atemporal que ressoa com urgência em nossos dias, convocando-nos a proteger a vida desde o seu início, reconhecendo a sacralidade de cada ser humano.

A Noite Escura e o Legado Eterno

Nos últimos anos de sua vida, Madre Teresa enfrentou a enfermidade física e uma profunda “noite escura do espírito”, um período de aridez espiritual que, paradoxalmente, a tornou ainda mais humana e um espelho da fé pura. Apesar das provações, ela não poupou esforços, permanecendo incessantemente dedicada aos que mais precisavam. Partiu para a Casa do Pai em 5 de setembro de 1997, em Calcutá, deixando para trás um mundo em luto, mas uma obra que continuaria a florescer.

Seu funeral de Estado foi um evento de proporções globais, onde pessoas de todas as crenças e classes sociais vieram prestar suas homenagens. Seu túmulo, na Casa Mãe das Missionárias da Caridade, tornou-se um local de peregrinação, um convite silencioso à oração e à renovação do compromisso com o serviço. Após sua páscoa, suas irmãs estavam presentes em mais de 600 missões, em 123 países, confirmando que a misericórdia de Deus, irradiada através dela, não conhece fronteiras.

Um Milagre Brasileiro e a Canonização

A causa de canonização de Madre Teresa, aberta por São João Paulo II menos de dois anos após sua morte, progrediu rapidamente devido à sua vasta fama de santidade. Um milagre no Brasil selou o caminho para a sua elevação aos altares. Marcílio Haddad Andrino, de Santos (SP), foi curado de hidrocefalia e uma infecção cerebral após sua esposa suplicar a intercessão de Madre Teresa. Este milagre foi o sinal definitivo de Deus para que em 4 de setembro de 2016, o Papa Francisco a proclamasse santa na Basílica de São Pedro.

Santa Teresa de Calcutá, com sua vida simples e radical, nos convida hoje a ver Jesus em cada irmão que sofre, a não ter medo de amar sem medidas e a fazer das pequenas coisas grandes gestos de fé. “Talvez eu não saiba falar a sua língua, mas posso sorrir”, costumava dizer. Um convite a usar a linguagem universal do amor e do acolhimento, capaz de tocar e transformar corações. Que possamos, à sua semelhança, ser luz e esperança para aqueles que a escuridão da vida insiste em ocultar.

Santa Teresa de Calcutá, rogai por nós!

Fonte de inspiração: Canção Nova

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