Padre Luciano de Almeida, fez uma citação perfeita em um vídeo recente, sobre uma certa vez, que perguntaram ao Padre Pio sobre o valor inestimável da Santa Missa. Com profunda fé e convicção, ele declarou: “O mundo poderia viver sem a luz do sol, no entanto, jamais poderia viver sem a santa missa.” Estas palavras ressaltam a centralidade e a importância vital dessa celebração para a vida cristã.
A Santa Missa é o coração da nossa fé, um mistério que nos conecta diretamente com o sagrado. Para compreendê-la, é fundamental reconhecer nossa natureza ritualística. Assim como Deus estabeleceu ritos no Antigo Testamento, nós, cristãos, temos na Missa a forma de celebrar Sua presença, a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e sua presença real na Eucaristia.
Essa ritualidade nos permite servir a Deus e entrar em contato com o divino de maneira profunda. O rito religioso não é exclusivo da Igreja Católica; todas as religiões possuem suas formas. Na Santa Missa, o sacerdote, em nome do povo, oferece o pão e o vinho, representando a alma e a vida de todos a Deus.
A Importância e o Sentido da Santa Missa
Na Santa Missa, o céu se faz presente na terra; o Calvário se materializa espiritualmente sobre o altar. Cristo, de forma incruenta (sem sacrifício físico), morre e ressuscita novamente para nós. Toda a ritualística tem um sentido, conduzindo-nos ao encontro com o mistério de Deus, tornando a fé visível e palpável.
A Santa Missa está tradicionalmente dividida em quatro partes essenciais: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística e Ritos Finais. Cada uma dessas seções possui um propósito específico, trabalhando em conjunto para nos levar ao encontro com Cristo.
As Partes da Santa Missa: Um Guia Passo a Passo
Os Ritos Iniciais começam com a procissão de entrada e o canto, reunindo a assembleia em ação de graças. Este momento simboliza a caminhada do povo em direção ao céu. Ao chegar ao presbitério, o sacerdote beija o altar, representando o beijo em Jesus.
A celebração inicia-se com o Sinal da Cruz, unindo a assembleia em nome de Deus. Segue-se o Ato Penitencial, onde todos se reconhecem pecadores, suplicam perdão e recebem a absolvição. Após o perdão, a comunidade entoa o Hino de Louvor, exultando na presença de Deus. Concluindo, a Oração da Coleta, onde o sacerdote reúne os pedidos dos fiéis e os oferece a Deus.
A Liturgia da Palavra é onde Deus fala diretamente ao seu povo. A Igreja dedica parte da celebração a ouvir, discernir e aprofundar a compreensão da Palavra. Nas Missas dominicais, há quatro leituras bíblicas: a primeira do Antigo Testamento, o Salmo, a segunda do Novo Testamento e o Evangelho. Esses textos são proclamados, pois são a Palavra de Deus, interligados para transmitir uma mensagem única.
Após as proclamações, o sacerdote realiza a Homilia, um sermão que explica o sentido da Palavra, alicerçado na compreensão da Igreja. Concluída a homilia, a comunidade professa sua fé através do Credo, reafirmando a crença em Jesus, na Santíssima Trindade e na Igreja. Em seguida, as Preces dos Fiéis são apresentadas, expressando as necessidades da comunidade e da Igreja universal, preparando para o momento mais sagrado.
A Liturgia Eucarística é o ponto alto da Santa Missa, iniciando-se com a apresentação das oferendas. Pão e vinho são levados ao altar, os únicos elementos que serão transformados em Corpo e Sangue de Cristo pela ação do Espírito Santo. O sacerdote ou diácono prepara o altar, elevando o pão e o vinho, recitando as orações de bênção: “Bendito sejais, Senhor Deus do universo, pelo pão…” e “…pelo vinho…”.
Inicia-se então a Oração Eucarística, um grande louvor e ação de graças que culmina no canto do “Santo, Santo, Santo”. Durante a Epiclese, o sacerdote estende as mãos sobre o pão e o vinho, suplicando o Espírito Santo para transformá-los. Seguem-se as Palavras da Consagração, repetindo as palavras de Jesus na Última Ceia: “Isto é o meu corpo…” e “Este é o cálice do meu sangue…”.
Após a consagração, o sacerdote proclama o “Mistério da fé!”, e o povo responde. As intercessões pedem pela Igreja, vivos e mortos, e pela intercessão dos santos. A Oração Eucarística é concluída com a doxologia: “Por Cristo, com Cristo, em Cristo…”.
A comunidade, então, reza o Pai Nosso (sem o “Amém” final específico da Missa). Segue-se o Rito da Paz, onde a assembleia troca um gesto de paz comedido e respeitoso. A Fração do Pão ocorre quando o sacerdote parte a hóstia e une um pedaço ao vinho, apresentando a hóstia consagrada ao povo, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus…”, ao que a assembleia responde: “Senhor, eu não sou digno…”.
Este momento precede a Comunhão, onde os fiéis recebem a Eucaristia e fazem sua ação de graças pessoal. O rito da comunhão é encerrado com a Oração Pós-Comunhão, um agradecimento a Deus pelo alimento recebido e um pedido para perseverar na fé.
Os Ritos Finais marcam o encerramento da Santa Missa. Após a oração pós-comunhão, o sacerdote ou diácono convida o povo a se inclinar para receber a Bênção Final. Finalmente, o povo é enviado em missão com a fórmula: “Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.” Este rito nos impulsiona a levar a Palavra e a presença de Cristo para o nosso cotidiano.
A Santa Missa, baseada nas refeições cerimoniais dos primeiros cristãos e com raízes no Shabat judaico, é uma antecipação do banquete escatológico no céu. Nela, já experimentamos o pão da vida eterna e o vinho da salvação, não precisando esperar pela eternidade para participar das coisas que prenunciam o céu.
Que a compreensão de cada parte da Santa Missa nos ajude a vivê-la com ainda mais fé, devoção e gratidão, transformando-a em um verdadeiro e profundo encontro com o Senhor.
