Por que a Igreja Celebra Santa Ana e São Joaquim Juntos em 26 de Julho
Por que a Igreja Celebra Santa Ana e São Joaquim Juntos em 26 de Julho

Por que a Igreja Celebra Santa Ana e São Joaquim Juntos em 26 de Julho?

No calendário litúrgico da Igreja Católica, o dia 26 de julho brilha com um significado especial: é a data dedicada à memória de São Joaquim e Santa Ana, os veneráveis pais da Virgem Maria e, por extensão, os avós de Jesus Cristo. Mas por que essa data foi escolhida, e por que a celebração conjunta? A resposta reside na profunda e contínua Tradição da Igreja e no legado de fé, esperança e perseverança que este casal representa para toda a humanidade e para a instituição familiar.

A História e Suas Fontes: Fé Inabalável Diante da Provação

As informações sobre São Joaquim e Santa Ana não são detalhadas nos Evangelhos canônicos, mas provêm principalmente de textos apócrifos, como o Proto-Evangelho de Tiago e o Evangelho do Pseudo-Mateus, que foram amplamente assimilados pela Tradição da Igreja Primitiva. Esses relatos os descrevem como pessoas de profunda fé e confiança em Deus.

Por que a Igreja Celebra Santa Ana e São Joaquim Juntos em 26 de Julho

No entanto, eles enfrentaram uma grande provação: a esterilidade e a idade avançada. Na cultura judaica da época, a ausência de filhos era vista como um sinal de maldição divina, o que lhes causava grande sofrimento e vergonha. Diante dessa dor, Joaquim e Ana dedicaram-se a uma vida de oração incessante e súplica. Santa Ana, lembrando-se da história de Abraão e Sara, prometeu a Deus que, se lhe fosse concedida a graça de conceber, consagraria a criança ao Senhor.

Suas preces foram ouvidas: um anjo anunciou-lhes, separadamente, que conceberiam uma filha que traria glória ao mundo – Maria, cujo nome significa “iluminadora” ou “luz”. O nascimento de Maria de um ventre estéril foi um milagre da natureza, mas o maior milagre da graça ocorreu no ventre de Santa Ana: a Imaculada Conceição da Virgem Maria, que esteve agraciada desde o primeiro instante de sua concepção.

A Unificação da Celebração: 26 de Julho

A devoção a Santa Ana e São Joaquim é muito antiga, com suas raízes nos primeiros séculos do cristianismo, especialmente no Oriente. Contudo, a celebração de ambos os santos não foi sempre conjunta. A princípio, apenas Santa Ana era comemorada, e em dias diferentes no Ocidente e no Oriente.

Foi em 1913 que a Igreja determinou que os avós de Jesus Cristo deveriam ser celebrados juntos. A oficialização da celebração conjunta no dia 26 de julho para ambos os santos ocorreu mais tarde, em 1969, após o Concílio Vaticano II. Nesse ano, os pais de Maria passaram a ser festejados em uma única ocasião: 26 de julho. Essa decisão, atribuída ao Papa Paulo VI, unificou as celebrações em uma data singular.

Significado e Legado Espiritual para as Famílias

A vida de São Joaquim e Santa Ana oferece lições profundas para todos os fiéis. Eles são modelos de fé perseverante e confiança inabalável em Deus, ensinando-nos a esperar o tempo de Deus. A longa espera por Maria e sua subsequente consagração ao serviço divino no Templo, quando Maria tinha três anos, demonstram a sua obediência e aceitação da vontade divina, mesmo sendo um sacrifício custoso.

Além disso, Joaquim e Ana foram os primeiros e mais influentes educadores da Virgem Maria. Eles foram responsáveis por formá-la no caminho da fé, alimentar seu amor pelo Criador e prepará-la para sua missão única. A imagem de Santa Ana ensinando a Virgem Maria, frequentemente retratada, simboliza a fundamental transmissão da fé e o papel crucial dos pais na formação espiritual dos filhos. Essa formação familiar influenciou profundamente a própria educação de Jesus.

Padroeiros dos Avós: Um Dia de Celebração Familiar

A partir da unificação de sua festa em 26 de julho, esta data também passou a ser reconhecida como o Dia dos Avós. A Igreja Católica os considera os padroeiros dos avós, destacando a importância vital desses membros da família, especialmente na transmissão da fé e dos valores.

O Papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude no Brasil em 2013, sublinhou como os avós são “importantes na vida da família, para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer sociedade”. Ele também enfatizou a importância do “encontro e o diálogo entre as gerações”. Inspirados por São Joaquim e Santa Ana, os avós de hoje são convidados a ser “guardiões do tesouro do amor”, incentivando a oração em família e transmitindo sabedoria e experiências para as novas gerações. A oração para proteção dos avós pede que se saiba “valorizar os idosos, dar atenção, carinho e afeto, respeito e dignidade” a eles.

A celebração conjunta de Santa Ana e São Joaquim em 26 de julho é um testemunho da evolução da Tradição da Igreja e do reconhecimento do papel fundamental que esses santos desempenharam na história da salvação. Mais do que uma simples data no calendário, é um convite a refletir sobre a força da fé diante das provações, a importância da educação familiar na transmissão dos valores e da fé, e o inestimável valor dos avós como pontes entre gerações, guardiões da sabedoria e do amor divino. Eles são como as raízes profundas de uma árvore centenária, invisíveis, mas essenciais para a sustentação e o florescimento de toda a linhagem.

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