Por Que a Igreja Católica Condena a Adivinhação?
Por Que a Igreja Católica Condena a Adivinhação?

Por Que a Igreja Católica Condena a Adivinhação?

A curiosidade sobre o futuro é uma característica humana inegável. Em momentos de incerteza ou angústia, muitos podem se sentir tentados a buscar respostas rápidas em práticas como a consulta ao tarot, a leitura de horóscopos ou a quiromancia. Nosso objetivo não é julgar essa curiosidade, mas explicar com clareza a razão teológica e doutrinária pela qual a Igreja Católica adota uma posição tão firme contra a adivinhação.

Ao compreendermos o porquê dessa regra, entendemos o que a doutrina católica ensina sobre a verdadeira confiança, a soberania de Deus e o papel do nosso livre arbítrio. A oposição da Igreja não é baseada em mera tradição, mas no próprio coração da nossa fé.

Por Que a Igreja Católica Condena a Adivinhação?

Por Que a Adivinhação Contradiz a Fé Católica?

A razão fundamental reside no primeiro mandamento da lei de Deus: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3). Este mandamento nos convida a amar a Deus com todo o nosso ser, depositando nossa fé, esperança e confiança exclusivamente Nele.

A doutrina católica entende a adivinhação como uma falta grave contra a virtude da religião. Ao buscar o futuro ou orientação em cartas, estrelas ou espíritos, a pessoa está, na prática, colocando sua confiança em uma fonte de poder ou conhecimento diferente de Deus. É o que a Igreja chama de idolatria disfarçada.

O Senhor foi veemente contra esses desvios desde os tempos antigos. O livro do Deuteronômio (18:10-12) proíbe taxativamente: “Não se ache no meio de ti quem queime seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à consulta aos mortos, porque o Senhor abomina quem se entrega a estas práticas”.

O Catecismo da Igreja Católica, nos números 2115 e 2116, é explícito ao condenar todas as formas de adivinhação. Isso inclui consultas ao tarot, cartomancia, leitura de horóscopos, astrologia, quiromancia e todas as formas de espiritismo. A razão é simples: elas contradizem a honra, o respeito e o temor amoroso que devemos somente a Deus.

Em vez de aceitarmos o futuro como algo que pertence a Ele e à Sua vontade, buscamos desvendá-lo ou controlá-lo por força própria, agindo com presunção. A fé católica nos ensina a viver sob a providência divina, confiando que Deus, em Seu infinito amor e sabedoria, governa o mundo e guia nossas vidas.

Os Perigos Espirituais e a Confiança Divina

O grande perigo espiritual dessas práticas reside na forma como elas fragilizam a confiança teologal. Se uma previsão é boa, o fiel pode cair na presunção, relaxando no esforço da oração e da virtude, esperando que a sorte ou o destino ajam por ele. Se a previsão é ruim, pode-se cair no desespero, dominado pelo medo, esmagando a promessa de Deus de que “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que o amam” (Romanos 8:28).

A adivinhação pode anular a ação humana por presunção ou a esperança em Deus por desespero. O Catecismo da Igreja Católica (2117) alerta ainda que, por trás de certas práticas de adivinhação, especialmente as que envolvem invocações ou rituais, pode haver uma abertura à influência espiritual maligna. Ao buscar um poder fora de Cristo, podemos inadvertidamente nos expor à ação do demônio, que se aproveita desses desvios para semear confusão.

A proibição da Igreja não é um veto a uma lista interminável de objetos, mas sim uma condenação a uma atitude espiritual: buscar segurança e conhecimento em algo que não seja a Palavra e a vontade de Deus. O tarô e a cartomancia, por exemplo, são vistos como tentativas de desvendar o futuro através de objetos que não possuem tal poder, desonrando o Criador ao atribuir a eles um conhecimento que compete apenas à onisciência divina.

Da mesma forma, a astrologia e o horóscopo, ao sugerir que a posição dos astros comanda a vida de uma pessoa, invertem a ordem, desviando a adoração da criação para o Criador. É importante notar a distinção: a astrologia é condenada, mas a astronomia – a ciência que estuda os astros – é perfeitamente lícita. A fé, a esperança e a segurança devem ser depositadas exclusivamente em Deus e não em objetos criados ou fenômenos celestes.

Em resumo, a doutrina católica nos chama a uma fé madura, onde a confiança em Deus é plena. Aceitar a vontade divina, mesmo no desconhecido do futuro, é o caminho da verdadeira liberdade e da paz espiritual, longe das ilusões e perigos da adivinhação.

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