O Nascimento e a Missão da Igreja Católica: O Corpo Místico de Cristo
O Nascimento e a Missão da Igreja Católica: O Corpo Místico de Cristo

O Nascimento e a Missão da Igreja Católica: O Corpo Místico de Cristo

A história da Igreja Católica é intrinsecamente ligada à história do mundo, sendo impossível compreendê-la isoladamente. Neste artigo, exploraremos as origens da Igreja, sua missão fundamental e, crucialmente, o verdadeiro significado do seu ser: o Corpo Místico de Cristo.

Antes de mergulharmos, é essencial desvendar o que realmente constitui a Igreja. Muitas concepções populares, embora contenham elementos de verdade, não capturam sua totalidade. A comunidade, o “povo de Deus” ou uma instituição social são aspectos, mas não a definição completa.

O Nascimento e a Missão da Igreja Católica: O Corpo Místico de Cristo

O Conceito de Igreja: Mais que um Edifício

Há quem pense na Igreja como uma ONG, uma instituição social, ou até mesmo como as paredes de um edifício, como a Basílica de São Pedro. Outros a veem como detentora de um conhecimento oculto. No entanto, a Igreja é muito mais do que isso.

A parede, o templo físico, é apenas um lugar de oração. No início da colonização do Brasil, os jesuítas, sem igrejas construídas, criaram locais de oração que os indígenas Tupis-Guaranis chamavam de Tupã Oca, ou seja, “Casa de Deus”. Isso demonstra que o conceito vai além da estrutura física.

A doutrina da Igreja ensina que ela é o Corpo Místico de Cristo. Mas o que isso realmente significa? Para compreender essa profunda verdade, precisamos recorrer às Sagradas Escrituras, especificamente ao livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 9.

A Revelação do Corpo Místico de Cristo em Atos 9

O texto de Atos 9 narra a conversão de São Paulo, então Saulo, um perseguidor ferrenho dos cristãos. Saulo, a serviço dos fariseus, viajava para Damasco com o objetivo de capturar cristãos. No caminho, uma luz vinda do céu o envolveu, e ele ouviu uma voz.

A voz perguntou: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Ele, surpreso, indagou: “Quem és, Senhor?”. E a resposta foi impactante: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”.

Essa passagem é fundamental. Saulo não conheceu Jesus em vida e não o perseguia diretamente. Ele perseguia os seguidores de Jesus, os Apóstolos, os cristãos. No entanto, Jesus se identifica diretamente com eles, usando a primeira pessoa: “por que me persegues?”.

Isso revela claramente que Jesus vê os cristãos, a sua doutrina e a sua fé como parte integrante de Si mesmo. A Igreja, portanto, não é meramente uma instituição ou um grupo de pessoas; ela é a extensão viva de Cristo na terra, o seu Corpo Místico de Cristo.

A Grande Missão do Corpo Místico de Cristo e a Nova Cosmovisão

A missão da Igreja, como Corpo Místico de Cristo, torna-se ainda mais clara nos Evangelhos. Em Mateus Capítulo 28, versículos 19 e 20, Jesus, após sua ressurreição e antes de sua ascensão, confere aos Apóstolos a Grande Comissão:

“Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo o que vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”

Jesus não pediu para que ensinassem a Lei de Moisés, mas sim “tudo o que vos ordenei”, uma nova doutrina. Essa missão se inicia plenamente em Pentecostes, quando o Espírito Santo desce sobre os Apóstolos, capacitando-os a propagar o Evangelho.

São Leão Magno reflete que, no dia do nascimento de Cristo, não nasceu apenas o Salvador, mas também a Igreja, seu Corpo Místico de Cristo. Embora a missão ativa comece em Pentecostes, a Igreja é, em essência, coetânea com Cristo.

A evangelização dos Apóstolos não se limitou a uma prática religiosa. Ela representou uma revolução na cosmovisão das pessoas. No mundo antigo, ideias como “virar a outra face” ou “amar o inimigo” eram impensáveis e contrárias à lógica da época, onde a vingança era uma norma cultural (como no Código de Hamurabi).

Aristóteles, por exemplo, considerava um idiota quem não revidasse uma ofensa. Jesus, no entanto, ensinou um amor sublime, a Cáritas, que transformou radicalmente a maneira como as pessoas se relacionavam consigo mesmas, com o próximo e com Deus.

Em apenas 300 anos, desde a morte de Cristo, o Império Romano, que antes perseguia os cristãos, tornou-se católico. Essa rápida e profunda conversão é um testemunho do poder transformador da mensagem da Igreja. Ela não apenas muda a vida espiritual, mas toda a mentalidade de um indivíduo, de uma família, de um povo e, consequentemente, de uma nação inteira.

É impossível, portanto, separar a história da Igreja dos seus reflexos na história do mundo. A missão do Corpo Místico de Cristo é perpetuar os passos de Jesus na terra, levando uma transformação que impacta todos os aspectos da existência humana e molda civilizações.

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