Como Escolher Música para a Santa Missa?
Como Escolher Música para a Santa Missa?

Como Escolher as Músicas para a Santa Missa? Um Guia Para Coralistas

A música tem um papel fundamental em nossas celebrações litúrgicas, elevando a alma e nos conectando ao divino. Mas, como discernir qual é a música sacra litúrgica mais adequada para cada momento? Essa é uma dúvida comum, e a boa notícia é que temos princípios claros, vindos da própria Igreja, para nos guiar.

Não se trata de uma preferência pessoal, mas de critérios objetivos que visam a santidade e a dignidade do culto. Eu sei que às vezes parece complexo, mas juntos vamos desvendar essas orientações e ver como elas podem enriquecer a nossa experiência da fé.

Como Escolher Música para a Santa Missa?

A Regra de Ouro da Música na Missa

O Papa São Pio X, com sua profunda visão, estabeleceu uma regra geral que serve como pilar para toda a música sacra litúrgica. Ele publicou isso em seu motu proprio Tra le sollecitudini, e mais tarde, São João Paulo II fez questão de citá-lo. A essência é clara:

“uma composição religiosa será tanto mais sacra e litúrgica quanto mais se aproxima no andamento na inspiração e sabor da melodia do gregoriano”

Isso significa que o Canto Gregoriano é o nosso parâmetro, a nossa referência principal. Quanto mais uma música se aproxima de sua inspiração, mais litúrgica ela será. Não, isso não quer dizer que precisamos copiar o gregoriano! Pense em Palestrina: ele é um exemplo magnífico. Suas composições polifônicas do século XVI são claramente inspiradas no gregoriano, mas com uma capacidade de adaptação cultural que ecoa até hoje. Quem ouve Palestrina percebe a universalidade e a beleza que nos leva à oração.

Experimente pesquisar no YouTube pela “Missa do Papa Marcelo” ou os “cinco tchecos” de Palestrina. Você verá como essas obras, criadas há séculos, ainda nos tocam profundamente e nos ajudam a rezar. É a prova de que a inspiração, e não a mera fotocópia, é o caminho.

Abertura e Adaptação na Música Litúrgica

São João Paulo II, seguindo essa linha, também nos deixou orientações preciosas. Ele enfatiza que outros gêneros de música sacra, como a polifonia, não são de modo algum excluídos das celebrações. Pelo contrário, existe uma abertura para as novas linguagens musicais, contanto que consigam expressar as riquezas incríveis do mistério litúrgico.

Um exemplo notável para nós hoje é o trabalho de Monsenhor Marco Frisina. Suas composições, embora falem uma linguagem bastante moderna e contemporânea, têm a capacidade de levar as pessoas à oração. Pense no Anima Christi santifica me, cantado após a comunhão como um canto de ação de graças. É uma experiência extraordinária! Vemos ali uma inspiração e uma proximidade com o canto gregoriano, mesmo que seja uma peça polifônica e atual.

Encontrando o Equilíbrio na Música Sacra

Para mim, esses são critérios bastante objetivos. A música sacra litúrgica precisa nos levar à oração e à contemplação do mistério, não nos distrair. É um equilíbrio delicado entre a tradição e a capacidade de se comunicar com a cultura de cada tempo, mantendo sempre a reverência e a sacralidade.

Ao consultarmos documentos como o Tra le sollecitudini de São Pio X e as palavras de São João Paulo II, encontramos os alicerces para um repertório musical que verdadeiramente edifique a fé. Espero que estas reflexões ajudem você a fazer escolhas conscientes e inspiradas para a música em nossas igrejas.

Fonte: Pe Paulo Ricardo

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