Vênia na Missa: O Guia Definitivo para Entender a Inclinação Correta
Vênia na Missa: O Guia Definitivo para Entender a Inclinação Correta

Vênia na Missa: O Guia Definitivo para Entender a Inclinação Correta

A Vênia, aquela inclinação de respeito que fazemos durante a Santa Missa, é um gesto litúrgico carregado de significado. No entanto, muitos fiéis ainda se questionam sobre quando e como realizá-la corretamente. Compreender esses momentos não é apenas uma questão de formalidade, mas uma forma de aprofundar a participação consciente e devota na celebração eucarística. Vamos desvendar, passo a passo, tudo a respeito da Vênia, esclarecendo dúvidas comuns e revelando os momentos certos para essa importante demonstração de reverência.

É comum observar pessoas repetindo gestos que veem outros fazendo, sem necessariamente compreender o seu propósito ou a sua adequação litúrgica. No universo da Santa Missa, onde cada detalhe é simbólico, a Vênia possui seu lugar e sua razão de ser. Este guia busca oferecer clareza, para que a sua participação na liturgia seja ainda mais plena e significativa, evitando equívocos e fortalecendo a sua fé.

Vênia na Missa: O Guia Definitivo para Entender a Inclinação Correta

Momentos para EVITAR a Vênia na Missa

Para começar, é fundamental desmistificar alguns momentos em que a inclinação é frequentemente realizada de forma equivocada pela assembleia. Conhecer esses instantes é o primeiro passo para uma participação mais instruída.

Na Procissão de Entrada (Para Leigos)

Quando o sacerdote se aproxima do presbitério, sua ação de genuflexão (se o Santíssimo estiver no centro) ou de Vênia (se o Santíssimo estiver em uma capela lateral) é um gesto próprio dele, que subirá ao altar. Você, como membro da assembleia, não precisa fazer a Vênia neste momento. A exceção é para leigos que estão servindo na Missa (acólitos, coroinhas, leitores, ministros extraordinários) e que também sobem ao presbitério, seguindo a mesma regra do sacerdote.

No Beijo do Altar

Após subir ao presbitério, o sacerdote se inclina para beijar o altar, um gesto que simboliza a oferenda do sacrifício. Muitas pessoas acompanham essa inclinação, mas isso também não é necessário para os fiéis. Você não vai beijar o altar; esse é um gesto específico do celebrante.

Durante a Oração Eucarística, Após o Ofertório

Há um momento de grande expectativa logo depois do ofertório, quando o sacerdote inicia a Oração Eucarística com o diálogo: “O Senhor esteja convosco. Ele está no meio de nós. Corações ao alto. Nosso coração está em Deus. Demos graças ao Senhor, nosso Deus”. Neste instante, não há Vênia. O correto é permanecer ereto, com as mãos postas, no veio ou abaixadas, em atitude de escuta e prontidão.

Ao Nomear Jesus, Maria e Santos (Para Leigos)

A Instrução Geral sobre o Missal Romano menciona a Vênia quando se nomeia Jesus, a Santíssima Trindade, a Virgem Maria, o Santo do dia ou o Padroeiro. Contudo, essa instrução é direcionada ao sacerdote que está celebrando. A regra geral é: a Vênia é feita por quem reza ou profere a oração. Como a Oração Eucarística e as conclusões das orações são próprias do sacerdote, é ele quem se inclina. Os leigos, portanto, não precisam fazer a Vênia nesses momentos.

Quando FAZER a Vênia na Missa

A Vênia é um sinal de respeito, reverência e veneração, um reconhecimento do sagrado, daquilo que nos leva a Deus ou que contém Sua presença. Ao nos inclinarmos diante de um ícone, de um nome ou de uma oração, expressamos nossa humildade e adoração. Entender esses momentos é essencial para uma participação litúrgica autêntica.

Na Procissão de Entrada (Para a Cruz Processional ou Bispo)

Ao contrário da Vênia para o presbitério, há momentos na procissão de entrada em que a inclinação é esperada da assembleia. Se a Missa for presidida por um presbítero (padre), você deve fazer a Vênia para a Cruz Processional ao vê-la passar. Se a celebração for presidida por um bispo, a Vênia é dirigida a ele, como sinal de respeito à sua autoridade apostólica.

No Hino de Louvor (Glória)

Durante o Hino de Louvor, o Glória, quando cantamos ou rezamos a parte “Só vós sois o Santo, só vós o Senhor, só vós o Altíssimo, Jesus Cristo”, é um momento apropriado para fazer a Vênia, reconhecendo a santidade de Deus.

No Credo (Ao professar a Encarnação)

No Credo, a profissão de fé ganha um destaque especial ao se referir à encarnação do Verbo. Na versão do Credo Niceno-Constantinopolitano, quando se diz: “E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria e se fez homem”, devemos fazer uma inclinação profunda. Se for o Credo dos Apóstolos, a Vênia é feita na parte “que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria”.

No Ato Penitencial (Piedosa Inclinação)

Embora não seja uma rubrica obrigatória, muitos fiéis optam por fazer a Vênia no Ato Penitencial, especialmente quando o sacerdote está para dar a absolvição: “Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna”. Essa é uma piedosa inclinação para melhor receber o perdão de Deus.

Na Consagração (Para quem não pode ajoelhar)

Durante o momento sublime da Consagração, quando o pão e o vinho são transubstanciados no Corpo e Sangue de Cristo, é obrigatório ajoelhar-se, a menos que haja um motivo grave (doença, idade avançada, gravidez, etc.). Para aqueles que não podem se ajoelhar e permanecem de pé, é obrigatório fazer uma Vênia profunda quando o sacerdote eleva as espécies eucarísticas e, em seguida, faz a genuflexão. Mesmo para quem está ajoelhado, uma inclinação de cabeça neste momento é um gesto de profunda adoração.

Na Bênção Final

Ao final da Santa Missa, a Bênção Final é um sacramental poderoso, cujos frutos são proporcionais à nossa preparação e recepção. A instrução geral sobre o Missal Romano prevê que nos inclinemos neste momento para receber a Bênção de Deus, transmitida pelo sacerdote. Trata-se de um momento solene para ouvir atentamente e responder com fervor o “Amém”, traçando sobre si o sinal da cruz com piedade. Uma bênção recebida com fé pode verdadeiramente transformar a vida.

Ao aprendermos os momentos corretos para a Vênia, nossa participação na Santa Missa se torna mais consciente e devota. Cada inclinação ganha um novo significado, transformando um simples gesto em uma profunda oração. Convidamos você a refletir sobre esses ensinamentos e a vivenciar cada Eucaristia com ainda mais fé e entendimento.

Fonte: Canal Missionário Flávio Andrade

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