Talvez você não tenha percebido este detalhe no filme Virgem Maria da Netflix
Talvez você não tenha percebido este detalhe no filme Virgem Maria da Netflix

Talvez você não tenha percebido este detalhe no filme Virgem Maria da Netflix

O filme Virgem Maria, disponível na Netflix, tem despertado grande atenção do público católico e de apreciadores de temas religiosos. Em meio a uma narrativa cheia de simbolismos, há uma cena em especial que carrega um profundo significado teológico e que talvez tenha passado despercebida por muitos: o momento em que Lúcifer tenta carregar Maria em seus braços, mas seu corpo não toca diretamente no de Maria. Essa representação é repleta de simbolismo e reforça a doutrina católica sobre a pureza e santidade de Nossa Senhora.

O simbolismo de Maria como o primeiro sacrário

Desde os primórdios da tradição cristã, Maria é vista como o primeiro sacrário vivo a abrigar o Filho de Deus. Isso se baseia na passagem bíblica de Lucas 1,28, onde o anjo Gabriel a saúda dizendo: “Ave, cheia de graça! O Senhor está contigo”. Esse título de “cheia de graça” é a base para a compreensão de sua Imaculada Conceição, ou seja, que Maria foi preservada do pecado original desde o primeiro instante de sua existência.

O conceito de sacrário se aplica à Virgem Maria porque, assim como o sacrário guarda o Santíssimo Sacramento, Maria guardou em seu ventre o próprio Jesus Cristo. Por isso, a cena do filme em que o corpo de Maria não é tocado por Lúcifer tem um significado profundo.

Talvez você não tenha percebido este detalhe no filme Virgem Maria da Netflix

A cena do filme: Lúcifer carrega Maria, mas não a toca

Em uma das cenas mais impactantes do filme, Lúcifer tenta carregar Maria em seus braços, mas algo impressionante acontece: o corpo de Maria não toca diretamente no de Lúcifer. Visualmente, é como se houvesse uma barreira invisível que impede o demônio de tocá-la. Isso não é um simples recurso de efeitos visuais, mas uma representação simbólica de uma realidade espiritual.

A cena do filme: Lúcifer carrega Maria, mas não a toca
Foto/Reprodução: Netflix

O significado espiritual desta representação

A impossibilidade de Lúcifer tocar Maria está ligada à doutrina sobre a imaculada pureza de Maria. Satanás, que representa o mal, o pecado e a corrupção, não tem autoridade nem o poder de contaminar o que é puro. Essa ideia também é reforçada em Gênesis 3,15, onde Deus declara que haverá inimizade entre a serpente (Satanás) e a mulher (Maria), afirmando que ela “lhe esmagará a cabeça”. A cena do filme simboliza justamente essa inimizade.

Em termos teológicos, isso também se relaciona com o conceito de que Satanás não tem poder sobre os que estão em graça. Como Maria é cheia de graça desde o seu nascimento, ela é intocável pelo mal. Essa é uma mensagem poderosíssima para os fiéis, especialmente os devotos de Maria, que encontram nela um modelo de proteção e intercessão.

Referências bíblicas que sustentam esta crença

A cena também pode ser compreendida à luz de diversas passagens bíblicas, como Apocalipse 12,1, que fala da “Mulher vestida de sol, com a lua sob seus pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça“. Essa mulher é interpretada pela tradição católica como uma alusão à Virgem Maria, simbolizando sua realeza e a sua condição de intocável pelo mal.

Outra passagem significativa é o próprio momento da Anunciação (Lucas 1,26-38), onde o anjo Gabriel declara que Maria foi escolhida para ser a mãe do Filho de Deus, indicando que ela foi preservada do pecado original. Isso significa que seu corpo era puro e santo, algo que a diferencia de todos os demais seres humanos.

O papel de Maria como intercessora

É importante ressaltar que, embora Maria seja considerada santa e intocável pelo mal, a Igreja Católica ensina que ela é intercessora e não salvadora. Isso é essencial para evitar confusões. De acordo com a doutrina católica, Jesus é o único Salvador e Maria intercede por nós diante dele.

A própria passagem de João 2,1-11 (Bodas de Caná) mostra o papel intercessor de Maria, quando ela percebe a falta de vinho e pede a Jesus que intervenha. “Fazei tudo o que Ele vos disser” é a frase de Maria que reforça sua posição de intercessora e não de protagonista. Isso também é representado no filme, pois Maria não enfrenta Lúcifer diretamente, mas seu próprio estado de graça impede que ele a toque.

Muito mais do que um elemento visual

A cena do filme Virgem Maria da Netflix é muito mais do que um elemento visual impressionante. Ela reforça uma verdade teológica profunda: o mal não tem poder sobre a pureza e a graça de Deus. A impossibilidade de Lúcifer tocar no corpo de Maria simboliza que o pecado não toca o que é santo, algo que é afirmado em diversas passagens bíblicas e pela tradição da Igreja.

Para os católicos, essa cena é um lembrete da importância de Maria na história da salvação. Sua condição de Imaculada Conceição, sua função de sacrário vivo e seu papel de intercessora junto a Jesus são elementos centrais na fé católica. Nossa Senhora não é a salvadora, mas uma mãe amorosa que nos conduz ao único e verdadeiro Salvador: Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor.

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